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Oficina Divirta Cerrado: A Preservação do Bioma e da Infância no XXV Encontro de Culturas Tradicionais.

Por Paulo Eduardo Castro | Foto: Gabriela Fernandes , em 15/09/25

No dia 15/09 às atividades do Território do Brincar começaram no XXV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, tendo como núcleo para a realização das programações infantis a Escola Municipal do Povoado de São Jorge e a Associação Comunitária da Vila de São Jorge (ASJOR). O Território do Brincar é um espaço dedicado à criança, propondo ações para o seu aprendizado e liberdade criativa. Um espaço de união entre arte e educação, para o desenvolvimento infantil. Entre as programações, aconteceu o Divirta Cerrado, conduzido por Roberta Delchiaro e Mieko Kanegae.

Formadas em Ciências Biológicas pela Mackenzie e pela Universidade de Brasília, respectivamente, Delchiaro e Kanegae colaboram com o Encontro de Culturas por meio do Funatura (Fundação Pró-Natureza), especificamente com atividades lecionadas para crianças. 

A Divirta Cerrado é uma série de atividades manuais que compartilham de forma artística os ensinamentos da fauna e flora do bioma que dá nome à oficina. A proposta da primeira dinâmica foi pintar utilizando elementos naturais do Cerrado, como: Capim do Cerrado, Jatobá, Urucum, Pinha e cascas das sementes de Caju. 

Uma das alunas, Camille Vitória, inclusive pontuou que "É muito legal. Eu posso pintar livre e não preciso usar tintas". Entre desenhos de árvores, flores, arco-íris e passarinhos, eram realizadas várias perguntas estimulando o saber e o conhecimento acerca dos frutos e sementes que compunham a dinâmica. 

A cada resposta, as professoras acrescentavam, explicavam o ciclo de vida, como eles interagem com a natureza, com os animais e como essa relação entre fauna e flora permite a existência e longevidade do Cerrado. A exemplo, foi discutido a dispersão das sementes da Copaíba por aves, como o Tucanuçu e o Sabiá Laranjeira e por mamíferos do bioma, como o Macaco Muriqui e o Macaco-Prego. 

A segunda dinâmica explorou uma perspectiva mais sensorial a partir de duas atividades: a Caixa Mágica e o microscópio. A Caixa Mágica é um recipiente com várias Marcela- do-Campo, uma planta nativa da América do Sul e abundante no Cerrado utilizada para fins medicinais, e principalmente como chá, pelas suas propriedades anti-inflamatórias e calmantes. Seu cheiro, similar ao do Capim-Limão, é notório. Cada criança cheirava, sentia o aroma e tocava a planta nesse exercício de tato e olfato. Paralelo a essa atividade, alguns se interessavam mais pelo microscópio e pela oportunidade de ver o mundo de “pertinho”. Carvão e penas foram algumas das amostras mais amadas pelas crianças durante o uso do microscópio.


A Oficina, preocupa-se com a passagem de ensinamentos para as crianças sobre o bioma do qual elas interagem, além disso, dar palco para uma causa tão importante de preservação nas escolas, que deve ser cultivada hoje, para a geração de amanhã. Um dos alunos, Gabriel Atenário, acrescenta: "É melhor do que ficar na sala de aula". 


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