Na abertura do Encontro de Culturas, Tambores do Tocantins comemora os 25 anos de história junto ao evento
Por Isadora Otto | Foto: Michelly Matos e Lucas Borobó, em 14/09/25
Neste sábado (13/09) durante a primeira noite do XXV Encontro de Culturas Tradicionais iniciou em celebração conjunta dos 25 anos de existência e da valorização e a preservação da cultura musical tradicional do Tocantins realizada pelo grupo Tambores do Tocantins. A apresentação foi realizada no Palco do Encontro, em frente à Praça do Artesão na Vila São Jorge, próximo à Chapada dos Veadeiros e contou com a participação especial de Dorivã, o Passarim do Jalapão.
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Foto: Michelly Matos | Márcio Bello e Dorivã - o Passarim do Jalapão — lado a lado em ensaio para abertura do Palco do Encontro
O Encontro completa 25 anos de memória viva que aproxima e descreve a essência de povos indígenas, mestres, artistas e outros grupos representantes das culturas tradicionais produzidas nos interiores do Brasil para o mundo. Os tambores que ressoam toda a história de Tocantins são construídos artesanalmente em formatos dos rostos dos povos indígenas ou negros, e também são esculpidos animais como anta, onça, preguiça e tamanduá.
Na força do batuque, o grupo Tambores do Tocantins encerra a primeira noite do XXV Encontro de Culturas Tradicionais, marcando uma parceria que também é festa memorável: a mesma idade do festival e do coletivo Turma que Faz. O grupo Turma que Faz, que é um projeto similar ao Tambores sob coordenação de Doroty Marques, compartilha parte da união de tradições, música e memória comunitária fazendo parte dessa celebração, conectando saberes através de oficinas de música.
Além das manifestações de músicas tradicionais do Tocantins, a programação contou com o vínculo entre as comunidades de Tocantins e Goiás, a noite se inicia com os Foliões do Divino Espírito Santo de Natividade (TO) e em seguida prossegue com a apresentação das manifestações de Catira de Natividade (TO), Sussa Mãe Ana de Natividade (TO), Sussa Kalunga (GO) e se encerrou com Tambores do Tocantins e Dorivã (TO).
O legado: a preservação da cultura popular de pai para filho
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Foto: Lucas Borobó | Aldo e Miguel compartilham a felicidade de apresentarem os ritmos tradicionais do Estado.
Nesse encontro o tambor e a história são passados de geração em geração, Aldo Barbosa iniciou desde o início do Encontro de Culturas Tradicionais em 2012 e hoje retorna ao Palco do Encontro ao lado de seu filho Miguel que começou a tocar com apenas 2 anos. O professor Aldo se recorda de uma das suas memórias mais importantes que o marcou em 2016. “O que me marcou foi o de 2016, porque aconteceu ali perto do Bar do Pelé, um encontro de cultura de vai de de 2016, que se eu não me engano teve um show de acho que foi de Lenin”, afirma o músico.
Depois de 10 edições participando do Encontro, Aldo afirma que o grupo se sente muito feliz de participar do Encontro, que é considerado por eles um dos mais importantes e aguardam todos os anos para subirem no palco para demonstrar toda a potência de seus tambores que valorizam as raízes de sua terra natal.
O que esperamos de mais 25 anos de muita memória
Mestre Márcio Bello criador e diretor do projeto acredita que a conexão com as pessoas que conheceram nas edições anteriores é sempre motivo de alegria, e é um reencontro que construiu um elo entre a Turma que Faz e os tocantinenses.
“A gente criou uma identidade e um elo muito importante de amizade e irmandade”, reitera Mestre Márcio Bello.
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Foto: Lucas Borobó | Passagem de som do Tambores do Tocantins com a participação do Passarim do Jalapão.
“O que espero que aconteceria é que o projeto continuasse daqui 25 anos, para que o trabalho continue perpetuando por muitos e muitos anos, que venha novos novos integrantes, que possam ter a oportunidade também de conhecer aqui o Encontro de Culturas”, defende o professor e músico Aldo. A coletividade é a maneira de persistir e fazer com que a resistência cultural seja semeada para as crianças, adolescentes e jovens.
