Por Narelly Batista , em 14/08/25
O Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros recebe em seus 25 anos, uma aula do professor, pesquisador e escritor Luiz Rufino no dia 19 de setembro, na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, das 18h às 19h. A participação é gratuita.
Na aula "Virar ponta-cabeça: educação como cultura e outras mandingas de Brasil", Rufino discutirá o que é a educação. "Talvez essa seja uma das perguntas mais recorrentes quando se debate o problema educativo. É certo, que sabemos da relevância da educação para a vida, suas comunidades e tradições. Entretanto, quase sempre a pensamos somente como um padrão de ensino. A educação acontece como cultura e invoca diferentes modos de sentir, fazer, pensar o mundo e ritualizar cotidianamente a vida" defende.
De acordo com o escritor, a proposta desse encontro é pensar a educação como cultura e interrogar o Brasil nas suas variadas formas de inventar práticas de saber que lavram memórias ancestrais e a defesa de suas comunidades.
“O Encontro de Culturas sempre foi este espaço de diálogos em torno dos desafios de grupos e comunidades tradicionais e populares, mas também um espaço de diálogo sobre as tecnologias sociais e educacionais do povo brasileiro. Nesse contexto, a aula de Luiz Rufino é uma oportunidade imperdível para nós”, destacou Juliano George Basso, coordenador geral do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros.
Para quem lê as encantarias
Luiz Rufino Rodrigues Júnior, carioca de origem suburbana e filho de migrantes cearenses. É professor, pesquisador e escritor. Formado em Pedagogia, é doutor em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e realizou pós-doutorado em Relações Étnico-Raciais no CEFET-RJ. Atualmente, é professor do Departamento de Ciências e Fundamentos da Educação da UERJ, atuando na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) e no Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias (PPGECC-UERJ). Além da atuação universitária, Luiz Rufino é autor de diversos títulos e tem um caneta de poesias sobre o universo visível e invisível dos encontros.
Entre os livros publicados, alguns em parceria com o historiador Luis Antonio Simas, estão: Histórias e saberes de jongueiros (2018), Fogo no mato: A ciência encantada das macumbas (2018), Flecha no tempo (2019), Pedagogia das encruzilhadas (2019), Encantamento sobre política de vida (2020) e Vence-demanda: Educação e descolonização (2021), Ponta-cabeça: educação, jogo de corpo e outras mandingas (2023), Cazuá: Onde o Encanto Faz Morada (2024), Ponta-cabeça: Educação, Jogo de Corpo e Outras Mandingas (2024) e Tambor Encantado dos Ibejis (2025).
Luiz Rufino é hoje um dos maiores escritores sobre educação popular, com críticas contundentes ao colonialismo e as práticas educacionais construídas a partir dele. Rufino propõe aos leitores uma viagem às epistemologias afro-brasileiras e indígenas para desenhar o que vem conduzindo como “Pedagogia das Encruzilhadas”. Uma proposta educativa que toma este espaço religioso e histórico da encruzilhada como metáfora para a liberdade que o encontro de saberes e a valorização da diversidade podem representar.