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O batuque de Ponto Chique batucou no Cerrado

Por Magali Colonetti | Foto: Daniela Nunnes, em 29/07/22

"Canoeiro que tu trouxe na canoa? trouxe cravo, trouxe rosa, trouxe muita coisa boa"

Vindos lá de perto do rio Francisco, o Batuque de Ponto Chique trouxe a cultura tradicional ribeirinha para o cerrado. Eles representam uma cultura tradicional que tem forte presença em comunidades quilombolas de Minas Gerais. Foi o encontro do povo da água doce de lá com o povo da água doce de cá. 

Mantendo essa cultura por gerações, no palco do XXII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros também foi possível ver o encontro da geração atual com a futura. Dona Pretinha, a anciã do grupo, cantava sentada em sua cadeira enquanto Davi Luca, de 1 ano e 1 mês, dançava perto dela. 

Também teve encontro com o público quando todos os integrantes desceram e fizeram todos dançarem junto. "Foi muito bom confraternizar com vocês, esperamos que ano que vem, quem sabe, estejamos aqui novamente'', falou Enia Martins uma das dançarinas do grupo. 

Batuque de Ponto Chique

Compartilhando memória e música, os batuques do alto médio São Francisco percorrem caminhos que a história não alcança. Com suas caixas, roncador, a dança do carneiro e o ritmo frenético, eles energizam um passado que se articula ao presente nos trazendo elementos que não podem ser esquecidos.

Os batuques – conhecidos também como lambero, carneiro ou umbigada – foram a “brincadeira” encontrada pelos povos escravizados para comunicar segredos, questões políticas e religiosas numa comunicação cifrada que fugisse da compreensão dos brancos. 

A banda se apresentou no XXII Encontro de Culturas graças a parceria firmada com a Funarte, no projeto Bossa Criativa.