Notícias

Residência artística une músicos indígenas e não indígenas em show marcante na Aldeia Multiétnica

Por Marcos Vieira | Foto: Raissa Azeredo, em 25/07/25

O Encontro na Aldeia, festival de música que encerrou a 17ª edição da Aldeia Multiétnica, também foi palco para os indígenas que participaram da residência artística realizada ao longo de toda a semana de vivências. Todos os anos, acontece na Aldeia Multiétnica experiências musicais coordenadas por Pedro Guimarães, Renata Amaral e André Rodrigues. Das atividades deste ano, nasceu o coletivo de músicos “Auê”, que foi responsável por aquecer o público na abertura do evento, no sábado, 19 de julho.

Artistas indígenas de todos os povos presentes na Aldeia tocaram ao lado de músicos não indígenas que foram responsáveis por promover a integração durante a residência. Veterano nessa ação, o produtor musical André Magalhães ressaltou o avanço da residência ao longo dos anos. 

“Quando nos juntamos para fazer a atividade, percebemos que já estávamos um passo adiante, de construção conjunta da música”, comentou André. Segundo o produtor, qualquer intervenção é feita de maneira respeitosa. “Isso para que a forma que a gente entra na música dos indígenas não seja de apropriação, mas, pelo contrário, de apoio para que isso aconteça com mais força, evidenciando as lindas melodias dos cantos”, completou.

Os cantos ancestrais acompanhados de instrumentos tradicionais indígenas e arranjos mais contemporâneos agradaram bastante o público do Encontro na Aldeia e para os estreantes no evento, talvez tenham sido o primeiro contato com esse tipo de cultura. As danças, vestimentas e pinturas corporais também encantaram a todos.

Outro participante ativo das residências, o cineasta Pedro Guimarães, lembrou que o objetivo é ajudar a elaborar um conjunto de manifestações artísticas que visam fortalecer a tradição e, ao mesmo tempo, estimular a criatividade. “Ou seja, a inserção dos povos indígenas no mundo cultural como artistas e criadores”, afirmou.

A musicista Simone Julian participou pela primeira vez da residência e subiu no palco com os indígenas. “Eu estou extremamente honrada. É um outro mundo, são outros temperos, são outros tempos, tudo é diferente musicalmente”, disse.

Já a maestra Renata Amaral já faz parte do projeto há alguns anos e citou os ganhos a cada edição. “A cada ano não só vão amadurecendo, mas os artistas indígenas vêm se interessando mais em participar, trazendo material para a gente trabalhar aqui na residência”, comentou.

· ·

2025 Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.